segunda-feira, 22 de junho de 2009

Se não me engano, a revolução ameaça-nos de perto...

Nota 10 — A aproximação inevitável da revolução começava a presssentir-se. José Luciano de Castro, em carta ao rei, prevenia:
"O partido republicano avança a passos rápidos. Já tomou posse da Câmara Municipal e de grande maioria das juntas de paróquia de Lisboa, e fez eleger há dias o presidente da Sociedade de Geografia, derrotando um dos ministros, e, no dia 2 do corrente, sob pretexto de afirmação de princípios liberais, promoveu uma imponentíssima e extraordinária manifestação republicana que terminou por uma sessão tumultuosa na Câmara dos Deputados, em que alguns deputados deram vivas à República correspondidos por calorosas manifestações das galerias, onde só estavam republicanos. Nesse movimento estavam confundidos republicanos e dissidentes". E mais adiante: "Se não me engano, a revolução ameaça-nos de perto…".
Júlio de Vilhena, pessoalmente, fazia ao monarca avisos idênticos.
Efectivamente, a revolução caminhava a passos largos. O almirante Cândido dos Reis desenvolvia na Marinha uma acção muito intensa, aliciando numerosos oficiais. O novo Juiz de Instrução Criminal ia apanhando várias malhas da organização secreta Carbonária. Mas, justamente, os perigos e as ameaças aceleravam a preparação revolucionária. Os chefes mal podiam já conter os conjurados".
Peres, Damião. Obra citada, pág. 451.

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